A causa dessa tristeza, sabida em todo lugar, foi a cabocla Tereza, com outro ela foi morar.

Quem não conhece um docinho bem caseiro, que hoje enfeita os tabuleiros nas festas do interior? É tão verdinho que o olhar da gente vidra! Chama-se doce de cidra, com um pouquinho de amargor... (João Pacífico 1909 – 1998)

A primeira coisa que fiz quando conheci o João Pacífico foi levá-lo pra Roça.


por José Márcio Castro Alves

A roça, o amor, a saudade e os amigos foram sempre a predileção dos seus temas. Coisas minúsculas como um pingo, uma goteira, um fiozinho d'água, um prego, um doce de coco ou de cidra, um frango com polenta, uma colcha de retalhos, enfim, transformavam-se em monumentos esculpidos com o formão dos mestres. Registrei em vídeo o que o João Pacífico mais gostava: conversar. Abro o Cantinho João Pacífico com uma pequena apresentação das nossas andanças.


Cordeirópolis, a luz donde o João brotou.

João Baptista da Silva [Cordeirópolis - (5 de Agosto de 1909) - Guararema (30 de Dezembro de 1998)], Guararema que é a casa do parceiro Frederico Mogentale (Freddy) e a esposa Maria Antonia, um casal de amigos (também artistas) que o acolheu e lhe deu um segundo lar nos últimos 18 anos da sua longa vida. Conhecido por João Pacífico - derivativo do seu temperamento, foi um dos maiores compositores da música caipira, autor de inúmeros sucessos como Chico Mulato, Cabocla Tereza, Mourão da Porteira, Pingo D’água e outras centenas de preciosidades do cancioneiro popular. Nasceu no Núcleo Colonial de Cascalho, antiga fazenda Cascalho, zona rural de Cordeiro, hoje Cordeirópolis. Filho de José Batista da Silva, maquinista de trem da Companhia Paulista e Dona Domingas da Silva (filha de escravos e cozinheira de mão cheia) na Fazenda Ibicaba, do Cel. Levy. Sua vida na roça foi passageira, mudando-se para a cidade aos sete anos de idade, mas as lembranças da primeira infância marcariam definitivamente sua personalidade. Revelou seu talento artístico já em criança, quando era comum vê-lo declamar poesias timidamente e cantar para colegas e professores. São inúmeras as suas histórias sobre o início da carreira artística.
Doce de Côco - Jacob do Bandolim e João Pacífico


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O Jequitibá e o Mourão da Porteira, dois cernes frente a frente.


João Pacífico adorava viajar, passear, conversar e deixar a vida rolar. Vaidoso com a idade de então, 86 anos, o levei pra conhecer de perto um Jequitibá de 3.500 anos numa reserva florestal em Santa Rita do Passa Quatro - SP. O momento do encontro das duas celebridades, o Jequitibá e o João Pacífico.






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